Segundo o jornal Le Monde, em 8 de abril, dois dias antes das eleições presidenciais francesas, diversos franceses judeus receberam mensagens de SMS com a assinatura do candidato Eric Zemmour, conhecido pelo seu viés de extrema direita. A mensagem incluía um link que direcionava aqueles que clicavam para o site da campanha do candidato, que continha uma mensagem direcionada especificamente aos franceses de fé judaica.
A mensagem continha referências à expansão do islã no país, assim como ao terrorismo e às vítimas de homicídios antissemitas, mencionando também a "profanação de numerosas sepulturas judaicas".
Ainda de acordo com o jornal Le Monde, organizações como a "União dos Estudantes Judeus da França" e "J'Accuse" afirmaram, em suas denúncias, que o candidato obteve, de forma clandestina, um arquivo contendo os dados de dezenas de milhares de judeus. Este arquivo teria sido montado por um data broker intermediário, que utilizou como base os dados de pessoas que haviam demonstrado interesse pelo tema do antissemitismo na França e na Europa, de forma que, as pessoas que tiveram seus dados coletados não eram, necessariamente, judeus.
De acordo com os responsáveis pela campanha, o tratamento de dados religiosos (que são considerados dados sensíveis pelo Regulamento Geral de Proteção de Dados – RGPD UE), teria legitimidade pois os destinatários triam consentido com o compartilhamento de seus dados para que fossem utilizados para fins políticos. Contudo, em nenhum momento foi especificado pelos idealizadores da campanha em qual momento e de que forma este consentimento teria ocorrido.
Fontes: Le Monde
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